ABRIL 2025

Como Proteger Seu Patrimônio em Tempos de Alta da Inflação

Equipe TRAAD

A inflação é o aumento generalizado e sustentado dos preços de bens e serviços em uma economia. No Brasil, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é amplamente utilizado como referência para medir a inflação, além de servir como o índice oficial para apurar o meta de

inflação do Banco Central. No entanto, existem diversos outros índices reconhecidos, que utilizam metodologias ou perspectivas diferentes, como aqueles que medem os preços ao produtor ou consideram uma cesta de consumo específica.

Para construir uma carteira preparada para proteger contra a inflação, é fundamental analisar o ambiente macroeconômico atual e as projeções futuras, visto que isso impacta significativamente a estratégia de alocação. Para ilustrar, podemos destacar o movimento recente no cenário local. Observamos uma elevação da inflação, tanto a já realizada em 2024 (4,83%),quanto a projetada para 2025, que, segundo o último relatório FOCUS, está estimada em 5,65%.

Uma estratégia comum é investir em títulos de renda fixa atrelados à inflação (IPCA+). Porém, dependendo do vencimento do título e somado a um movimento de aumento nas taxas de juros, que vêm aumentando, o impacto no curto prazo pode ser oposto à proteção contra a inflação. No caso dos títulos longos, a variação da taxa real pode levar a quedas significativas no preço – como de fato ocorreu em grande medida no ano passado. Então, caso queira se proteger contra a inflação todos os anos, é interessante se atentar aos ativos com marcação à mercado.

Atualmente, as "taxas reais" desses títulos seguem elevadas por dois principais fatores. Primeiro, os juros globais, especialmente nos EUA, ainda estão altos, embora venham caindo em 2025. Segundo, e principalmente, a política fiscal do Brasil tem sido expansionista nos últimos anos, o que gera dois efeitos: i) impulsiona o crescimento econômico (na contramão da política monetária, onde a alta dos juros básicos desde agosto temo efeito de conter o crescimento) aumenta o prêmio de risco devido às preocupações com a sustentabilidade da dívida.

Estratégias Locais para Proteger o Patrimônio

Para investidores no Brasil, é fundamental buscar ativos que acompanhem ou superem a inflação. Algumas opções incluem títulos públicos IPCA+ de curto prazo, que são títulos do Tesouro Nacional que pagam uma taxa fixa somada à inflação e, ao optar por duration curta (ou seja, títulos com prazos de vencimentos mais curtos, como 1 ou 2 anos), reduzem o risco de mercado vinculado à volatilidade da taxa de juros. Além disso, os FIIs (Fundos Imobiliários) de tijolo, especialmente os de logística e lajes corporativas, possuem contratos atrelados ao IPCA, proporcionando reajustes automáticos dos aluguéis. Commodities, como ouro e fundos de ações ligados ao agronegócio, podem atuar como hedge contra inflação. Outra alternativa é o crédito privado indexado à inflação, como debêntures incentivadas e CRIs/CRAs atrelados ao IPCA, que oferecem rendimento real positivo. Por outro lado, é recomendável evitar empresas listadas em setores de alta concorrência e margens reduzidas, como varejo, pois em um ambiente de inflação alta, estas sofrem pressão de custos, em geral sem capacidade de repasse total para os consumidores.

 

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